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59 anos de histórias da Capital Nacional do Basquete

Lula Ferreira

Lula Ferreira, ex-técnico do Franca Basquete e atual supervisor técnico, afirma que o serviço de base é muito importante para a equipe: dois atletas de base vão para a categoria principal – Foto de: Dirceu Garcia/Comércio da Franca 08/07/2018

Clube com maior tempo em atividade ininterrupta no basquete brasileiro, o Franca Basquete, fundado no dia 10 de maio de 1959, nasceu pelas mãos do educador físico Pedro Murilla Fuentes, mais conhecido como Pedroca. Na época, o professor organizou uma equipe, no então Instituto Estadual de Educação “Torquato Caleiro”, para disputar os torneios oficiais do Estado de São Paulo. A partir daí começava a história de um dos clubes mais vitoriosos do País, que posteriormente ficaria conhecido como o time da Capital Nacional do Basquete.

“Franca sempre foi um berço de talentos, seja na revelação ou na formação de grandes atletas, desde a base até o adulto. Além disso, a torcida francana é apaixonada e uma das que mais acompanham e entendem da modalidade, isso também ajuda a manter vivo esse time que é o com maior tempo em atividade hoje no Brasil”, disse Lula Ferreira, ex-técnico e atual supervisor técnico do Sesi Franca Basquete.

Presente nas maiores conquistas do Franca Basquete, o Comércio da Franca narrou os principais momentos dos 11 títulos da equipe em Campeonatos Brasileiros, 11 Campeonatos Paulista, 4 Pan-Americanos e 6 Sul-Americanos. As páginas do jornal trouxeram ao longo de quase seis décadas os grandes jogos da equipe, decisões e clássicos históricos com equipes como Monte Líbano, Sírio, Rio Claro, Dharma/Yara Franca, COC/Ribeirão Preto e Bauru. O Franca Basquete foi ainda duas vezes vice-campeão Campeonato Mundial Interclubes, em 1975 e 1980.

O jornal estava presente na primeira grande conquista, o título nacional, em 1971. O primeiro estadual viria dois anos depois, em 1973. Em 1974, a equipe venceu o sul-americano pela primeira vez, façanha repetida em outras cinco vezes. Foi nesta época também que noticiamos a construção e a inauguração do ginásio poliesportivo, conhecido hoje pela torcida como o “templo do basquete”.

Entre os atletas que marcaram a história do clube e estamparam reportagens e entrevistas no jornal estão os “Irmãos Metralha”, formado pelos irmãos Hélio Rubens (que se tornaria o técnico com mais anos no comando do time), Toto e Fransérgio Garcia; Demétrius; Fernando Minucci; Chuí; Jorge Guerra, o Guerrinha; Helinho Garcia (atual técnico do time); Anderson Varejão e estrangeiros como Tato López, Patrick Reynolds, Dexter Shouse, Tony Stockman, Maurice Spillers, Kevin Sowell e Eddie Basden.

Títulos e técnicos

O Franca Basquete é um dos times mais vitoriosos da história do Brasil: campeão Paulista nos anos de 1973, 1975, 1976, 1977; 1988, 1990, 1992, 1997; 2000, 2006 e 2007, além de outros 14 vice-campeonatos, incluindo o do ano passado quando perdeu a final para o Paulistano. A torcida francana também ecoou o grito de campeão Brasileiro em 11 oportunidades: 1971, 1974, 1975, 1980, 1981, 1990, 1991, 1993, 1997, 1998 e 1999. Sem nenhum título no NBB (Novo Basquete Brasil), a vez em que a equipe francana chegou mais longe no campeonato foi no ano de 2011, quando conquistou o vice-campeonato. Seis vezes campeão Sul-americano e quatro vezes no Panamericano, o último título do Franca foi conquistado em 2008 com a Supercopa de Basquete.

Os anos 1990 e 2000 são lembrados pela torcida como a “década de ouro” do Franca Basquete, que foi campeão brasileiro (1997, 1998 e 1999), campeão paulista (1997 e 2000), vice-campeão sul-americano (1998) e campeão panamericano (1994, 19 e 1999), além de um vice na competição, em 1996.

Ao longo dos 59 anos, o time francano foi patrocinado por diversas empresas, associações e clubes. Em vários momentos, o nome da equipe mudou de acordo com os patrocinadores. Neste tempo sete técnicos estiveram à frente do time: Pedro Murilla Fuentes, entre 1959-1981; Hélio Rubens Garcia, 1981-2000 e 2005-2012; Daniel Abrão Wattfy, 2000-2004; Marco Aurélio Pegolo dos Santos, o Chuí, 2004-2005; Lula Ferreira, 2012-2016 e Helinho Garcia, 2016 até agora.

Novos passos

Em agosto de 2017, o Sesi foi anunciado como o patrocinador principal da equipe do Franca Basquete que, desde então, passou a se chamar Sesi Franca Basquete. Com um investimento inicial de R$ 4 milhões, a nova parceria veio acompanhada de atletas campeões e contaria no elenco, inclusive, com o primeiro campeão da NBA (National Basketball Association), Leandrinho Barbosa, a atuar no NBB. Com a renovação da parceria por mais dois anos, anunciada em março deste ano, o Sesi segue à frente da equipe.

Diretor-geral do Sesi Franca, Ricardo Alexandre Machado afirmou que a parceria com o basquete construirá um legado para a cidade. “A renovação da parceria por dois anos mostra uma visão do futuro, além de demonstrar a aprovação do trabalho feito. A composição hoje da equipe está mais vinculada ao que fala a nossa base metodológica, com alma, garra e um grupo um pouco mais jovem e alinhada aos nossos objetivos institucionais”, disse.

A renovação, de acordo com Lula Ferreira, serve para dar suporte ao trabalho que começou a ser realizado nos últimos anos e fortalecer a ideologia de base do Franca Basquete que está mais focada no caminho a ser seguido e não necessariamente nos títulos. “O serviço de base é muito importante, resultado disso é que temos nesta nova temporada dois atletas que passarão a ser jogadores profissionais da equipe principal. Serve como um incentivo e mostra como a nossa formação é importante. Embora os resultados, na base, sejam bons, o foco não está em ganhar. Até a categoria sub 19, o nosso objetivo é formar bons jogadores, sem pressão por títulos, pois essa pressão pode prejudicar o desenvolvimento”, explicou.

Com aproximadamente 1,6 mil atletas praticando basquete nas instalações do Sesi, quando consideradas todas as categorias, desde a base até o projeto Atleta do Futuro, a unidade Franca conta, desde março deste ano, com um Centro de Treinamento de Basquete. Considerado de primeiro mundo, o Centro “Hélio Rubens Garcia” conta com a única quadra do Brasil com seis tabelas e tem como um dos diferenciais a possibilidade de uso simultâneo para o treinamento de arremessos e outras técnicas de jogos por vários atletas, além de piso flutuante, que facilita o trabalho com a dinâmica de saltos, um dos recursos mais utilizados na modalidade de basquete.

Treinamento

O Sesi Franca Basquete conta atualmente com um departamento específico para o aprimoramento de atletas. Trata-se do DAADE (Departamento de Análise e Aperfeiçoamento do Desempenho Esportivo): formado por 30 jogadores, que na opinião de todos os técnicos são promissores e apontam para serem acima da média, o tratamento fornece aos atletas, além do treinamento normal da categoria, a treinamentos individualizados.

“Como em uma aula particular, trabalhamos cada fundamento do jogo, como passes, dribles, rebotes e arremessos. São trabalhadas técnicas individuais, por exemplo, no arremesso, se o cotovelo está na posição certa, se a mão pega bem a bola. Enfim, detalhes que podem parecer pequenos, mas quando você cria movimentos com defeito, quando eles estão adultos, fica praticamente impossível de corrigir”, explicou Lula Ferreira.

Futuro

Com três competições para disputar na temporada 2018/2019 – Campeonato Paulista, 11ª edição do NBB (Novo Basquete Brasil) e ainda a Liga Sul-americana -, o Sesi Franca Basquete reformulou a equipe que conquistou o vice-campeonato Paulista do ano passado e perdeu para o Bauru nas quartas de final do NBB.

Renovando com Alexey e Cipollini, além de Cassiano, Gui Abreu e Didi, o time que continuará sob o comando do técnico Helinho Garcia, trouxe os campeões da última edição do NBB Lucas Dias e Helinho, que defendiam o Paulistano; Jimmy, ex-Mogi das Cruzes; Rafael Hettsheimeir, ex-Bauru; Adriano Alves Júnior, conhecido como Big, que estava no Minas; e o ala André Góes, que disputou a última edição do NBB pelo Vitória. A expectativa, mais uma vez, é conquistar títulos.

“A última campanha, assim como na torcida, doeu bastante na gente também. O time caminhava para atender o objetivo e de repente desmanchou no playoff. A forma como a derrota aconteceu nos frustou bastante. Então, no momento de remontar a equipe, houve uma preocupação muito grande de encaixar todos os elementos. No esporte é preciso química e focamos nisso. O erro foi coletivo, de jogadores, diretores e comissão técnica. Esperamos que vá funcionar melhor e com certeza buscaremos o resultado positivo”, finalizou Lula Ferreira.

Fonte: gcn.net.br

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